segunda-feira, 9 de agosto de 2010

Artista-filósofo



Há filósofos não-artistas? Certamente. Mas, parando para refletir por um momento, percebemos que o contrário é impossível. Talvez, tal filosofia esteja um pouco distante da acadêmica, mas, ainda assim, não se pode negar que o fazer artístico requer pensamento, abriga novos conceitos e questionamentos. Trata-se de um pensamento filosófico que não fica restrito somente ao discurso textual.

A arte é uma linguagem tão ampla e maleável quanto diversa. Há o puro emocional abstrato. Há a literatura racional e descritiva, quase jornalismo. E todo um universo entre eles.

Filmes, por exemplo, por trabalharem imagens, são, por definição, mais concretos do que músicas. Podem até manipular conceitos emocionais e subjetivos, mas, de forma alguma, limitam-se a eles.

Por outro lado, um ouvido educado percebe infinitos significados em músicas puramente instrumentais. Uma música sem letra traz consigo um discurso, com sentido e intenção pensados, e podem provocar experiências bastante marcantes ao ouvinte.

Signos abstratos em um quadro "pensam", sim, e também levam à meditação, à filosofia.

O artista-filósofo analisa o mundo com sua obra, e, através de seu trabalho, provoca a reflexão. Mas não só ela, ou estaríamos falando de filosofia pura. A arte é preciosa porque guarda o importante jogo alegórico, a poesia, seja imagética, sonora ou visual, que permite interpretações e entendimentos em vários níveis. Uma filosofia diferente, que também faz sentir.

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