segunda-feira, 22 de agosto de 2011

Músicas para escrever


Quem gosta de escrever eventualmente se vê interessado pela maneira como trabalham os escritores já consagrados. Da formação acadêmica às técnicas empregadas, passando pelo material e ambiente de trabalho, informações sobre como nascem – e continuam a nascer – as grandes obras literárias podem ser bastante significativas para quem sonha em escrever uma, algum dia. 

Todo o universo pode e vai inspirar um escritor: experiências vividas, imagens e sons, relacionamentos e, também, outras artes. É um sistema de troca complexo que acontece também com pintores ou os próprios músicos, mas esse assunto pode ser abordado em outra ocasião. Sendo assim, não é difícil encontrar declarações de escritores renomados que preferem, lançam mão de vez em quando ou até mesmo não dispensam uma atmosfera musical em seu ambiente de trabalho.

Há aqueles que selecionam um gênero musical específico, cujo clima combine bem com o trabalho a ser desenvolvido – gothic metal, rock and roll bem básico ou uma sequência de baladas. Outros preferem que as músicas reflitam seu próprio estado de espírito, sem que necessariamente tenham a ver com as palavras que surgem na tela ou no papel. Há os que não gostam de músicas com letras, ou elas devem ser em outro idioma, diferente do que está sendo usado no texto. Nesse caso, entram peças do período clássico, romântico, barroco, jazz, tribais... Os que escolhem músicas de acordo com o contexto social ou a época sobre a qual está criando, ou cuja forma coincida com a estrutura  da obra escrita – sonatas, minuetos...

Muitos recorrem às trilhas sonoras. Eis um departamento virtualmente infinito. Tem os que defendam a descoberta de um álbum que complementou aquele filme obscuro da década de 70, tanto quanto os que acham efetivo invocar um clássico nerd, como Senhor dos Anéis, Conan, Star Wars. Tem quem diga que vale até um Dark Knight, sem esquecer da recente obra-prima do Daft Punk, feita para o segundo Tron, se o negócio pender para um lado mais high tech. Para inspirar e surpreender, é só dar uma “escutada” nos filmes do Tarantino, ou no que rola na paisagem sonora das obras de Tim Burton. Ainda falando de trilhas, em se tratando de games, a lista pode ser igualmente rica e extensa: Bioshock, God of War, Fallout, o bom e nunca velho Doom.

Porém, um grande número de escritores e aprendizes pensa que uma música que foi concebida tendo outro conceito em mente, ou já é parte de alguma outra obra, pode influenciar seu próprio texto em demasia, comprometendo a originalidade. Como não pensar nas desventuras de Mulder e Scully ao ouvir a menor sugestão do tema de Arquivo X?

Até para esses casos existe solução. Neste site aqui você encontra um acervo de mais de 7.000 músicas compostas, em sua maioria, por artistas independentes. São peças de boa qualidade  que acompanham muito bem qualquer viagem literária. O mais interessante é que não só é possível selecionar as músicas por estilo, como também pelo sentimento (feel) que elas transmitem. Por exemplo, escolhendo o “feel”  Chill/Laid Back, você se depara com um painel contendo faixas instrumentais, em sua maioria inéditas, de caráter suave e calmo. O mesmo processo pode gerar uma lista “adventure”, “agressive”,  “cinematic”... É só montar sua playlist e escrever uma nova história com trilha sonora exclusiva.

Agora, se para criar você prefere mesmo o sagrado silêncio, e não mora no campo ou em uma praia deserta, resta seguir os passos de inúmeros outros escritores e encontrar abrigo na sempre inspiradora madrugada ...

Um comentário:

  1. Olá, Caique!
    Vim retribuir a sua visita!
    E que surpresa! Você é pós graduado em Artes Visuais! Me too!
    Tô te linkando ao Lady Graciosa e voltarei mais vezes para ler tudo por aqui.

    Um xero.

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